Leilão de ações – como funciona

Todo início e fim de pregão é a mesma coisa, a tela congela e a negociação se dá de uma forma exótica – pelo menos para quem tá iniciando. Esses períodos são os leilões de ações. Pois é, se tem algo na bolsa que eu custei a entender o funcionamento, são esses tais leilões.

Vou tentar explicar de forma simples, bora lá!

O que é um leilão de ativos?

Um leilão de ações acontece quando a negociação dos ativos da bolsa de valores para de ocorrer normalmente e entra em um “modo” onde se computa as ofertas de compra e venda. A partir desse “modo leilão”, as ofertas de compra e venda de ações vão “casando”, quando uma ordem de compra encontra uma ordem de venda nos mesmos valores.

O objetivo do leilão é encontrar um preço de equilíbrio.

Quanto ocorre o leilão?

Pois bem, em um pregão na bolsa de valores, existem períodos pré-determinados dentro de um pregão onde a negociação dos ativos é feita na forma de leilão, sendo eles:

• leilão de pré-abertura
• leilão de fechamento
• oscilações bruscas
• circuit breaker

Como funciona um leilão?

Durante o período de leilão, as ofertas são computadas – não executadas – até se achar o preço de equilíbrio, geralmente no ponto onde ocorre o maior número de “casamento” de ofertas e demanda – compras e vendas teoricamente fechadas.

Quando as ordens encontram o ponto de equilíbrio – e o tempo passa – as ordens fechadas dentro e acima do preço teórico são executadas em cascata e a negociação comum inicia.

Repara no exemplo abaixo, simulando um leilão na bolsa de valores. Primeiramente, as ordens são casadas, até se chegar ao preço de equilibro, que no exemplo é em R$11, exatamente onde ocorre o maior número de transações.

Em segundo lugar quando o tempo de leilão termina e as ordens encontram um preço de equilibro, elas são executadas a partir daquele ponto. Sendo assim, todas as ofertas de compra com preço maior que o preço de equilíbrio são executadas, assim como as ofertas de venda abaixo dele. Claro, no limite do casamento entre elas.

Logo, quando o pregão reabre de fato o book está na forma abaixo, com as ofertas de venda e compra que não casaram ao longo do leilão.

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Leilão de pré-abertura do pregão

O leilão de pré-abertura (ou pré-market) corresponde ao período de 15 minutos que antecede a abertura do pregão. Nesse período o sistema da bolsa apenas aceita o registro de ofertas de compra e ofertas de venda, mas não registra o negócio de fato.

Assim, as execução das ordens só ocorre após o período de 15 minutos passar e for encontrado o ponto de equilíbrio.

Leilão da bolsa no fechamento

O leilão de fechamento funciona de mais simples e com tempo mais limitado que o leilão de abertura. O leilão dura apenas cinco minutos e há um número limitado de ativos que participa.

Leilão de Ações “não previstos”

Ao longo do pregão da bolsa de valores podem ocorrer variações bruscas na cotação das ações. Nesses momentos, o leilão pode ser ativado, já que a ideia dele é encontrar um novo ponto de equilíbrio.

Os seguintes casos ativam o sistema de leilão:

• Oscilação >= 10%
  • em relação ao preço de fechamento do dia anterior (ocorre antes da abertura do pregão)
  • em relação ao preço de abertura do dia
  • em relação ao último preço do papel antes de entrar em leilão. Porém, aqui a oscilação tem que ser menor que 20%.
• Volume muito acima da média naquele papel

Assim, volatilidades altas fazem o sistema de leilão ativar para uma determinada ação.

Exemplo prático – leilão ativado por volume

1- Book de ofertas inicial está disponível para envio de ofertas

2 – Uma nova oferta “gigante” faz a ação entrar em leilão, devido o alto volume.

3 – O leilão também “dar uma chance” para participantes que não estavam negociando aquele ativo, dando a chance desses participantes entram. Assim, no exemplo, duas novas ordens surgem, colocam duas ordens que casam com a compra.

Em amarelo, temos as ordens que seriam executadas. O preço do leilão nesse caso é o preço onde todas as ordens são atendidas, ficando então R$51.

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