Um mergulho no setor de transmissão de energia elétrica.

Instalação (overhead) para linhas de transmissão com diferentes tensões

A transmissão de energia elétrica é tido como um dos setores mais estáveis da bolsa, devido a alta previsibilidade de receita das empresas inseridas no setor. Assim, isso leva ao setor ser um dos preferidos pelos adeptos do investimento focado em dividendos, já que normalmente as empresas tem uma baixa necessidade de reinvestimento. Logo, o Payout costuma ser elevado.

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O que faz o setor de transmissão de energia?

No Brasil há o Sistema Interligado Nacional (SNI), um grande ecossistema de energia elétrica, desde a geração e transmissão, operado por empresas de natureza pública e privada, gerenciado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Esse sistema é responsável pelo atendimento da absoluta maioria do mercado brasileiro de energia elétrica, possuindo uma rede atinge aproximadamente 156.8 mil km de transmissão.

Sistema Interligado Nacional

A transmissão de energia elétrica consiste no transporte dela, do sistema produtor (geradoras) às subestações distribuidoras (distribuidoras), ou na interligação de dois ou mais sistemas geradores. Um sistema transmissor também pode faz referência ao transporte entre duas subestações de distribuição, ou ainda compreender o fornecimento de energia a consumidores em alta tensão, mediante suprimentos diretos das linhas de transmissão e subtransmissão.

Como uma transmissora de energia ganha dinheiro?

Uma transmissora de energia ganha dinheiro, de um jeito simples: prestando o serviço público de transmissão aos usuários e mantendo as linhas de transmissão funcionais.

Então, no Brasil, as transmissoras são concessionária que participam de leilões Uma concessionária é uma empresa que pode trabalhar prestando serviço, nesse caso construindo e dando manutenção nas linhas de transmissão. De modo geral uma empresa de transmissão trabalha com várias concessões ao mesmo tempo.

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Passos para uma empresa de transmissão receber receitas

1 – Participar e ganhar leilão de concessão de linha de transmissão
2 – Captar dívida para financiamento do projeto
3 – Construir a linha de transmissão
4 – Colocar linha em operação e receber as receitas do contrato de concessão (conhecidas como RAP)

RAP

A RAP, Receita Anual Permitida, é a forma como as empresas de transmissão são pagas, sendo assim:

  • A Receita Anual Permitida (RAP) é a remuneração que as transmissoras recebem pela prestação do serviço público de transmissão aos usuários. O recebimento da RAP depende da disponibilidade das linhas e não do volume de energia transportado, o que torna a receita das transmissoras muito previsível.
  • Para as transmissoras que ganham a licitação, a RAP é paga às transmissoras a partir da entrada em operação comercial de suas instalações, com revisão a cada quatro ou cinco anos, nos termos dos contratos de concessão.

Fluxo de Caixa

fonte: RI Taesa

O fluxo de caixa de um projeto de transmissão é o coração da avaliação dessas empresas. Logo, na imagem, temos uma ideia de como funciona o Fluxo de caixa de uma transmissora. Primeiramente há o custo de construção ao longo do período pré-operacional do projeto. Após esse período inicia o período de operação, quando a empresa começa a receber a RAP de fato. Assim, você pode ver que o projeto é bem previsível, tendo um Capex inicial de construção (fluxo de caixa de investimento) e posteriormente entradas de receita (fluxo de caixa operacional).

Resultado IFRS vs Resultado Regulatório

Quando você verificar o resultado de uma transmissora você verá dois resultados distintos: IFRS e Regulatório. Existe uma grande diferença entre o resultado IFRS e regulatório, sendo a maior delas que o resultado IFRS lineariza as receitas ao longo do tempo de concessão, enquanto o resultado regulatório coloca exatamente o que a empresa está recolhendo de receita das RAPs, de acordo com contrato de concessão.

Ao analisar uma empresa de transmissão, foque no resultado regulatório.

Cuidados ao analisar a empresa

RAP Operacional vs RAP total
fonte: RI Taesa

Um cuidado que você deve ter ao analisar empresas de transmissão é quanto da RAP está operacional, ou seja, que está entrando como receita na empresa. Como foi falado, em primeiro lugar a empresa ganha o leilão e começa o período de construção do projeto. O recebimento da a receita prevista para o projeto só começa quando este entra em operação.

Logo, você precisa entender em que ponto os projetos de transmissão da empresa estão, para que você não entenda errado a receita atual da empresa e seu valuation. Ou seja, você deve olhar empresas como a Equatorial ou Alupar, que possuem projetos ainda incompletos de transmissão, e entender que os indicadores tendem a ser impactados positivamente pela entrada de projetos de transmissão que ainda não entraram em operação, com aumento da RAP operacional.

Além disso, reforçando, você deve evitar analisar o Resultado IFRS, porque inclui itens como a receita de construção, um efeito meramente contábil (e não caixa). Olhe sempre o Resultado Regulatório.

O que observar

Assim, especificamente quando você analisa uma empresa de transmissão você precisa verificar os seguintes pontos:

  • Verifique quanto da RAP já está em operação
  • Verifique quantos projetos (novas RAP) entrarão em operação para adicionar receita
  • Observe quantos projetos terão redução na RAP (contratos antigos reduzem a RAP em 50% após o 15º ano)
  • Verifique quantas concessões estão para vencer
  • Entenda o índice de inflação que reajusta a RAP dos projetos
  • Certifique-se de olhar o resultado regulatório

2 comentários em “Um mergulho no setor de transmissão de energia elétrica.”

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